Em apoio aos médicos do Pronto Socorro de Cuiabá e dos postos do PSF´S (Programa de Saúde de Família) que anunciaram demissão em massa, os vereadores Toninho de Souza (PDT), Lúdio Cabral (PT) e Éverton Pop (PP) pediram na sessão desta terça (1º) que o prefeito Wilson Santos (PSDB) exonere o atual secretário de Saúde do município, Luiz Soares, acusado de cometer assédio moral contra a categoria. "Os profissionais estão traumatizados com a forma como são tratados. A condição está insustentável para que continue no cargo", disse Toninho. Segundo ele, os parlamentares não podem ficar calados diante dessa situação caótica na Saúde, quando 23 dos 27 médicos decidiram que não vão mais trabalhar na unidade em razão da ingerência da atual gestão.

Da tribuna, o vereador Lúdio, que também é médico, pontuou as reivindicações da classe, dentre elas a demissão de Soares e a revogação da Portaria 016 que trata da concessão do Prêmio Saúde aos servidores, considerada inconstitucional. Ele disse ainda que é inaceitável o modelo de comportamento adotado pelo secretário, o qual desrespeita os funcionários. "Amanhã (2) o Pronto Socorro estará desfalcado em atendimento de urgência e emergência", disse, ao avaliar a gravidade da situação da saúde pública de Cuiabá. Já Pop concordou que a questão é emergencial, mas ponderou que o prefeito tem demonstrado preocupação em resolver a questão. "Já localizamos o problema. E esse problema é o secretário. Essa é uma situação que quem tem que resolver é o prefeito".

Em defesa da administração municipal, a vereadora Lueci Ramos (PSDB) avalia que a secretaria de Saúde não é a única responsável pelo caos instalado. "Não podemos cobrar só do prefeito e não falamos de nos reunir com os médicos". Ressaltou que durante o dia em que esteve de plantão no PS haviam apenas dois médicos plantonistas em cada período.

Pollyana Araújo