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02/04/2018
Dr. Xavier: "Fui eleito para trabalhar por Cuiabá e seus habitantes. É o que faço"
Brunna Maria - Secom/Câmara de Cuiabá
Vereador Dr. Xavier
Na entrevista abaixo, o vereador cuiabano Dr. Xavier analisa seu desempenho e dos demais colegas no Legislativo, além de detalhar procedimentos parlamentares de fiscalização voltados a empreendimentos municipais que realiza no dia a dia...

P - Fale um pouco sobre seu ingresso na Casa de Leis do município. Consta que foram várias tentativas para finalmente chegar ao cargo de titular do mandato parlamentar...

Dr. Xavier - Seis vezes, para ser exato. Perdi cinco eleições, e ganhei na sexta tentativa, sendo eleito com 3.051. Saí pela primeira vez em 1996. Nunca desisti, pois essa luta não dizia respeito apenas à minha pessoa, mas ao todo da população que represento, com enfoque na Região Oeste, onde sempre tive maior presença de trabalho comunitário. Dali saíram os votos decisivos para que hoje pudesse estar na condição de representante popular. No geral, atendo todos os polos cuiabanos, inclusive os distritais. Tenho ido muito ao Grande Coxipó, Pedra 90 e Jardim Florianópolis, áreas que abrangem expressiva faixa populacional e convivem com respectivas demandas, reunindo-me com suas lideranças comunitárias.

P - Parece que muitos bairros de Cuiabá convivem com problemas de abastecimento e falta de rede de esgoto...

Dr. Xavier - Oportuna sua observação, pois o reclame tradicional de grande parte dos habitantes da capital diz respeito à falta dágua e, principalmente, à rede de esgoto, falha ou inexistente. Ocorre uma série de problemas nas tubulações, que são antigas e de diâmetro inadequado para suportar a pressão de vazão dágua. O rompimento então é inevitável, e aí a população fica desabastecida. 

P -E quanto ao esgoto?

Dr. Xavier - O esgoto é ainda mais problemático: apresenta entupimentos e termina "estourando" nas vias públicas. Tenho registrado casos por onde ando, e encaminho cobranças de solução aos setores responsáveis do município. Ainda fiscalizo a empresa (Águas Cuiabá). Quero saber se ela está cumprindo as cláusulas contratuais firmadas com o município, em termos de prazo e eficiência. Está sob sua alçada ofertar serviços de saneamento básico de qualidade. Não deixar a população à mercê de problemas consecutivos nesse segmento.

 P - O senhor citou prazos...

Dr. Xavier - Sim, exatamente. Pelo que estipula o contrato, a Águas Cuiabá tem sete anos para resolver o problema de abastecimento e esgoto no município. Ou seja: a universalização de ambos os sistemas, para que nenhuma comunidade cuiabana fique desprovida dessa estrutura. Tenho questionado quais foram os avanços feitos nos últimos dois anos. Pelas respostas, vou saber se ela avançou nesse período de atuação para atingir o patamar contratual. Já fiz solicitações nesse sentido.

P - Problema persistente, pelo que diz...

Dr. Xavier - Mais do que persistente, é um abuso. A empresa não pode simplesmente cobrar taxas elevadíssimas que não correspondem à realidade dos serviços que oferece à população. Cuiabá virou um cenário de esgoto a céu aberto, seja em bairros e na área central. Isso é de responsabilidade da Águas Cuiabá resolver, visto que foi contratada pela Prefeitura para resolver o saneamento básico. Não ignorar tais demandas. O povo tem se queixado, e com razão, de que pode até faltar água, mas as contas chegam regularmente aos domicílios. Alguns dizem estar pagando taxas altíssimas somente pelo "vento", pressão que dispara o relógio dos hidrômetros. Não sou técnico para dizer se isso efetivamente sucede. O certo é o seguinte: não é justo você bancar custos de algo que não consome, conforme os gráficos apresentados na tarifa. 

P - Na área de Saúde, o senhor tem feito um trabalho mais preventivo. Já deve ter alguns prognósticos a respeito...

Dr. Xavier - Só pra fechar o tema anterior, saneamento básico representa mais saúde para a população. E vem ao encontro disso que você abordou agora. Uma comunidade com esgoto a céu aberto e sem abastecimento de água tratada não terá um coletivo saudável. Vai apresentar quadro infeccioso constante, problemas que se refletem na capacidade de atendimento do SUS e em dispêndio de recursos que poderiam ser economizados para aplicação em outros setores sociais. Então, o preventivo é uma das saídas para minimizar impactos negativos no presente e futuro. Uma criança devidamente vestida e calçada, e que ingere água filtrada, terá menos chances de ficar doente do que outra que andar descalça e consumir água retirada de cisternas próximas a esgoto fluente. A contaminação do lençol freático é inevitável, convenhamos.

P - Ainda sobre a saúde, o senhor sempre visita unidades clínicas da capital que atendem pelo SUS, policlínicas, hospitais, Postos de Saúde e PSFs. Deve ter já um "diagnóstico" preciso acerca de algumas...

Dr. Xavier - De fato, tenho coletado algumas impressões. Nem todas são conforme gostaria que fossem, umas positivas e outras bem negativas, infelizmente. Trata-se de um trabalho que realizo antes mesmo de ser eleito vereador, quando atuava na condição de dirigente comunitário e clínico do município. Nessas visitas "in loco", consigo visualizar melhor quais entraves inviabilizam o atendimento desejado pelos órgãos. Importante dizer que a culpa não é dos seus servidores, visto que a maioria tem demonstrado empenho e preocupação em resolver situações que passam ao largo de suas responsabilidades. Porém, se não forem resolvidas, eles nem podem trabalhar, atender a população. Tanto que, durante essas visitas, procuro ouvi-los, e anoto as reivindicações para encaminhá-las ao Executivo.  Não há como uma equipe clínica atuar se não dispor de insumos básicos e medicamentos. Ou se a unidade em questão estiver com panes nos setores elétrico e hidráulico.

P - O senhor havia dito que esse quadro é também estadual, não restrito a Cuiabá...

Dr. Xavier - É um quadro de caos nacional da saúde. E Mato Grosso está inserido aí também, com reflexos pesados nas duas maiores cidades do Estado, Cuiabá e Várzea Grande. Injustamente, os dois municípios são cobrados para resolver problemas afetos à área estadual. Os Pronto-Socorro de Cuiabá e VG recebem grande aporte de pacientes SUS oriundos do interior, municípios distantes. Vêm pessoas até de outros estados, principalmente de Rondônia, e mesmo da Bolívia. A sobrecarga acontece e o atendimento fica prejudicado, com acúmulo de mais problemas, aparentemente insolúveis. Daí a frequência de corredores lotados e pessoas aflitas para serem atendidas. Quem sofreu um acidente e necessita passar por cirurgia ortopédica, por exemplo, sofre ainda mais. Sem mencionar os casos de urgência neurológica. Pelo inchaço da estrutura SUS disponível em Cuiabá e VG, a alternativa é destinar esses pacientes a longas esperas nos corredores das unidades municipais.

P -  Reside no novo Pronto-Socorro de Cuiabá as soluções que os usuários do SUS exigem?

Dr. Xavier - Diria que apenas vai amenizar essa sobrecarga atual das unidades que têm resistido a demandas incompatíveis com suas estruturas de atendimento. Afirmar que o novo Pronto-Socorro desponta como solução final na área de Saúde Pública é insustentável. Agora, decididamente vai gerar impactos positivos, para uma recepção mais ágil dos pacientes SUS que ora lotam os PS, policlínicas e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Cuiabá e Várzea Grande. Sempre cito VG por um motivo único: há rotatividade de pacientes entre essas duas cidades, municípios interligados. Cuiabanos procuram órgãos da Saúde em VG e os várzea-grandenses, por sua vez, "descem" para serem assistidos nas unidades de Cuiabá. Um fluxo rotineiro e bem pesado, somando-se aos do interior do Estado. Muitos apostavam, lá atrás, antes da inauguração das UPAs, que elas significavam bater o martelo para oficializar a solução ansiada na Saúde. Não foi bem assim, hoje está comprovado pelas deficiências enumeradas no cotidiano das unidades clínicas. 

P - Onde, exatamente, está a falha, a origem do problema que emperra a Saúde Pública?

Dr. Xavier - Também gostaria de saber. São muitas deficiências, na verdade. Difícil precisar qual delas tem gerado impasses, aqui e ali. Mas o prejudicado é sempre o paciente, aquele que está na ponta, à espera de atendimento.  Existe um rosário de argumentos plausíveis e não plausíveis a respeito desse tema controverso. O município de Cuiabá aponta que o Governo do Estado deve cerca de R$ 60 milhões à Saúde. Dívida que inviabiliza a continuidade de serviços diversos nos hospitais da rede SUS, os chamados filantrópicos, a exemplo da Santa Casa, Santa Helena, etc. Temos vários hospitais conveniados à Rede SUS na capital. Mas, se não receberem os repasses constitucionais devidos, para quitação de encargos com fornecedores, incluindo a remuneração de funcionários, não há maneira de continuarem atendendo. Alguns, lamentavelmente, fecharam as portas no interior do Estado. E aqui volto a lembrar que isso é um problema não afeto exclusivamente a Cuiabá ou Várzea Grande, mas uma realidade desafiadora interior afora. A manutenção da Saúde exige recursos regulares, caríssimos. Não se faz Saúde de qualidade apenas com boas intenções: é preciso respaldá-la logisticamente. 

P - Com tantos problemas, e pelas decepções que expressa, o senhor acha que valeu a pena chegar ao Parlamento?

Dr. Xavier - A atuação parlamentar é uma postura de cobrança intensiva para que o Executivo, o real executor dos serviços, atenda os anseios gerais da comunidade. Sinto-me determinado a cumprir minhas obrigações de legislador público. Naturalmente, há momentos de desânimo, algo natural em qualquer ser humano que deseja realizar alguma coisa útil e de benefício coletivo e se defronta com barreiras distintas no percurso de trabalho. Mas valeu a pena, conforme perguntou. Sonhei em ser representante popular com mandato legítimo, outorgado pelo povo cuiabano, realidade atual. Não é fácil, ao contrário do que a maioria imagina. Nós fiscalizamos, cobramos, exigimos que o Executivo empreenda. Cabe ao Executivo, à Prefeitura, nos atender ou não. Portanto, o vereador jamais é culpado por isso ou aquilo deixar de ser feito, ainda que tenha provocado ações de cobrança executora junto aos órgãos responsáveis do município, via projetos de lei, emendas parlamentares. Ele é sempre o fiscal oficial do povo. 

P - Cobrar então é fundamental para que algo aconteça, o senhor disse há pouco. Quais projetos desenvolveu como prioritários de execução?

Dr. Xavier - Defendo a seguinte tese: você tem que priorizar a qualidade, não a quantidade. Percebo, em linhas gerais, no âmbito parlamentar estadual, municipal, federal, a preocupação dos seus integrantes em apresentar "n" projetos, muitos sem consistência alguma, outros inconstitucionais, inviáveis. Um projeto só é válido se integrar objetivos inerentes às reais necessidades da população. Não necessita ser grandioso, faraônico, nada disso. Tem mais é que ser útil, atender, resolver os problemas. Daí que trabalho em vertentes distintas, atuando muito na área de Saúde (com projetos nesse segmento). Inclui-se no rol dos meus projetos melhoria gradual à estrutura das unidades básicas de Saúde, bem como criação de mais Centros Odontológicos modernizados. Alguns já se tornaram realidade na gestão atual, mas nossa proposta é para que a Prefeitura dissemine esse serviço nos PSFs, Postos e policlínicas.

P - Quanto às eleições, o senhor abriu mão de ser candidato. Por quê?

Dr. Xavier - Cheguei à Câmara para cumprir meu mandato integralmente, e é o que farei. Não tenho pretensão de sair candidato a deputado estadual ou federal, como andaram dizendo. Recebi convites, sim, mas declinei. Meu propósito é desempenhar meu mandato de vereador e contribuir para a implementação de melhorias sociais, em prol de Cuiabá e de melhores condições de vida para seus habitantes.  

João Carlos de Queiroz/Assessoria Gabinete Dr. Xavier



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