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De cada 1.000 atendimentos realizados pelo Pronto Socorro de Cuiabá, mais de um terço é destinado aos pacientes de outras cidades e estados, e até mesmo de outros países. Para custear tudo, a Prefeitura de Cuiabá teria de receber do Sistema Único de Saúde (SUS) no mínimo 50% a mais que o valor atual. A projeção partiu dos vereadores da base de sustentação ao prefeito Chico Galindo (PTB), que se revezaram na tribuna da Câmara de Cuiabá, na sessão matutina desta quinta-feira (17/11), para cobrar do Estado e, ainda, intervenção direta dos deputados estaduais, na ampliação dos recursos financeiros para a saúde da Capital.

Os parlamentares cobraram, também, dos deputados que haja um planejamento de médio e longo prazos para a redução das casas de apoio que recebem doentes do interior. O líder do Executivo na Câmara, vereador Everton Pop (PSD), observou que  tanto o prédio quanto o formato do atendimento do Pronto Socorro Municipal foi planejado para atender à população da Capital. “Hoje, vemos milhares de pessoas vindas de outras cidades e de outros estados; até mesmo de países da América do Sul, em busca de atendimento. Isso não é justo com Cuiabá”, reclama Pop.

Após revelar que percorreu diversas casas de apoio em diferentes bairros, nos últimos dias – todas mantidas por deputados, Everton Pop cobrou solidariedade da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. “Se estão dispostos a continuar mandando enfermos de suas cidades para Cuiabá, então, que aumentem o repasse de recursos”, afirma ele. Pop crê que, com a provável estadualização do Hospital e Pronto Socorro Municipal, haja maior disponibilidade de verba.

O líder do PR na Câmara Municipal, vereador Chico 2000, sugeriu que seja criada uma Comissão Especial para dialogar com o Legislativo do Estado sobre o funcionamento das casas de apoio, que recebem doentes dos municípios. “Quem sabe, com a estadualização do Pronto Socorro, a Prefeitura tenha mais recursos para destinar à saúde básica”, sugere Chico 2000. 

Oriundo de bairro periférico, o vereador Totó César, vice-líder do PTB na Casa, acredita que, para desafogar o Pronto Socorro, a Prefeitura terá de transformar as Policlínicas em unidades de urgência e emergência. “É muito mais fácil, por exemplo, os pacientes se deslocarem até as Policlínicas do que até o Pronto Socorro”, justifica Totó César.

Na avaliação de Totó César, a Prefeitura de Cuiabá deveria aproveitar a realização da Copa no Pantanal em 2014 para exigir do governo de Mato Grosso e da União a construção de um hospital central, com pelo menos 200 leitos e 20 Unidades de Terapia Intensivas (UTIs). “É uma oportunidade ímpar para a cidade”, aponta o vice-líder do PTB.

O segundo vice-presidente da Câmara, vereador Antônio Fernandes (PSDB), recorda que Cuiabá é a única Capital de Estado, dentre as 27 do país, que não possui um hospital público. “O Governo do Estado nunca priorizou a saúde de Cuiabá, tanto que comprou hospitais privados para transformá-los em prédios públicos, o que inadmissível”, completa ele.

Antônio Fernandes pretende convocar uma audiência pública para discutir a estadualização do Hospital e Pronto Socorro Municipal.

O líder do PTB e vice-líder do Executivo na Câmara, vereador Clovito Hugueney, defende que o atual secretário municipal de Saúde, Lamartine Godoy, compareça ao Plenário das Deliberações do Palácio Paschoal Moreira Cabral para esclarecer a atual situação do Pronto Socorro e, também, a distribuição de medicamentos gratuitos, na rede básica.

“Sou da base governista. E sou líder do prefeito Chico Galindo. Mas, como vereador da Capital, faço questão de exercer meu papel de fiscalizar”, justifica Clovito. Caso Lamartine não atenda ao convite dos vereadores, então, será convocado.

Ronaldo Pacheco