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A vereadora Edna Sampaio (PT) realizou, neste sábado (19), a 10ª Assembleia do Mandato Coletivo pela Vida e por Direitos, reunindo os co-vereadores para discutir o atual momento do mandato e prestar esclarecimentos sobre a suspensão do processo de cassação.

O evento aconteceu na sede do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores e contou com a presença do advogado Julier Sebastião da Silva, que esclareceu a série de violações ao rito processual da Casa e à legislação que foram consideradas pela Justiça para aprovar o pedido de suspensão, demonstrando como eles cercearam a ampla defesa da vereadora.

Cerca de 50 pessoas, entre lideranças de movimentos sociais e integrantes da rede de apoio da parlamentar, estão inscritas como co-vereadores do mandato.

Participaram do ato, militantes e lideranças dos movimentos sociais de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Brasilândia e Jaciara, o suplente de vereador, Robinson Cireia, e o presidente do Diretório Municipal do PT, Elisvaldo Almeida.

“Foi um momento muito grave da nossa trajetória política e isso influencia muito a visão que tenho sobre o jogo da política, que é dificílimo. Para mim, tem sido um grande aprendizado. A possibilidade de resistirmos nesse espaço exige muito mais estratégia de nós”, disse a vereadora.

 Liderança LGBT na capital, o professor Clóvis Arantes destacou a importância do apoio dos co-vereadores.

 “Muitos tendem a se afastar quando aparecem problemas, mas, para nós, foi justamente o contrário. Como temos participado de todo o processo, ficamos e fomos tentando fortalecer o mandato. Temos co-vereadores, conselho político e as pessoas que participam da assembleia, todos estes grupos participam desde o início da campanha. Isso não foi criado posteriormente”, disse ele. 

“Desde antes da campanha discutimos como seria a condução do mandato, que ele seria coletivo, tudo está documentado e em regimento interno. As dúvidas vão surgir, pois é um mandato diferente de tudo o que os políticos tradicionais estão acostumados a ver”.

Os participantes discutiram a importância do apoio popular ao mandato e seu protagonismo contra a ideologia de extrema-direita.

“Minha trajetória de vida é acompanhar sempre o partido, pois não posso fugir da minha realidade de mulher negra e filha de trabalhador rural. Participar deste mandato como co-vereadora para mim é muito importante para entender que o trabalho é coletivo, construído a cada dia com pessoas diferentes”, disse a assistente social Joana Sene, moradora de Tangará da Serra, que compareceu à capital para participar do evento. “Este momento que Edna está passando é momento de se unir, de falar que estamos presentes e sabemos o que queremos”.

Coordenadora do Comitê de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da UFMT, a assistente social Gisele Marques Lopes destacou a importância do debate trazido pela parlamentar a respeito da violência política de gênero.

“Esse comitê é uma ação do Ministério das Mulheres para tratar desse tema dentro das instituições de ensino superior. Mas a temática é ampla, envolve toda a sociedade, e a vereadora Edna representa essa liderança dentro da sociedade. Ela dá uma abertura para que possamos debater a violência política de gênero, que é tão nivelada, todos sabem que existe, mas não há esse debate”, disse ela.

Da Assessoria