Secretaria de Comunicação

O vereador Oséas Machado, do PSC, alertou hoje (15-10) para o perigo de apoio governamental, em termos de recursos financeiros, a festejos carnavalescos e outros. Segundo ele, as autoridades, ainda que na intenção de ajudar a promover o evento público, terminam contribuindo para incentivar a indústria das drogas e prostituição, em geral.

“O Carnaval é um dos exemplos clássicos disso. Se apoiado financeiramente, tende a ter mais ostentação festiva. Infelizmente, torna-se então caminho comprovado para facilitar a prática de crimes diversos, com enfoque nas ocorrências sexuais, drogas e assassinatos”.

Machado afirma que estatísticas policiais têm provado haver estreita relação entre um e outro, ou seja: quanto maior o apoio à realização de eventos carnavalescos e similares (que envolvem grande massa de participantes), maior é o índice de violência cometida contra a população.

“Deve-se atentar para um ponto importante: nosso posicionamento não é de coibir a realização de festas do agrado do povo brasileiro, a partir do boicote de recursos públicos que os coordenadores recebem tradicionalmente. Mas é preciso existir uma contrapartida de segurança à sociedade, que não pode ser vítima contumaz, previsível”.

Em relação específica ao Carnaval, detalhou, crianças e adolescentes costumam ser aliciadas por traficantes durante o transcorrer dos desfiles e bailes públicos.

“Acaso inexistisse qualquer investimento de ajuda à realização de festas do gênero, a tendência seria de redução drástica no número de ocorrências criminosas. No entanto, a cobrança às autoridades é crescente ano após ano, e em resposta ao próprio clamor social, que exige festas, os governos cedem e investem na realização dos eventos. O saldo posterior difere da perspectiva de alegria pensada lá atrás, pois geralmente é manchado de mortes, estupros, dependência química. Devemos repensar tais procedimentos”.

Na opinião do parlamentar do PSC, enquanto festas públicas consomem milhões de reais, “investimentos diluídos para incentivar o deslanchar de atividades criminosas, não necessariamente sadias, do ponto de vista festivo”, outros setores da sociedade agonizam por falta de recursos públicos.

“Saúde, educação, saneamento básico, segurança pública, são alguns segmentos essenciais que precisam ser energizados com um volume expressivo de recursos, sob pena de não corresponderem àquilo que a sociedade espera dos governos. Daí não se justificar um derrame de dinheiro em festas que não consolidarão nenhum benefício prático à população. O Carnaval sempre passa e deixa seu legado de inutilidade e, o que é pior, muitas dores para quem foi atingido pela foice do crime”.  

João Carlos Queiroz SECOM/CÂMARA