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Na tribuna livre da Câmara Municipal de Cuiabá a dona de casa, Elizabeth Andréia C. Barbosa, causou a comoção de vereadores, jornalistas e alunos que assistiam a sessão ordinária da quinta-feira, ao relatar a dor e sofrimento moral com a falta de atendimento de urgência no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá aos pacientes renais e que culminou com a morte de seu esposo no dia 11 de setembro.

Gerson Teixeira Barbosa, 32 anos, foi transplantado em 2000, mas por falta de atendimento adequado perdeu as funções renais no ano de 2005. Sobrevivia com R$ 380 Reais proveniente do auxílio doença e completava o orçamento com o concerto de cadeiras. Desde 1976 Gerson enfrentava uma dura realidade: pelo menos três vezes por semana permanecia quatro horas preso a máquina para diálise.

No relato aos vereadores Elizabeth disse o esposo chegou ao Pronto Socorro por volta das duas horas da madrugada. ”Fui informada de que não havia nefrologista de plantão e que não havia atendimento para paciente renal. Procurei uma clínica conveniada com o SUS em Cuiabá que também estava fechada nesse horário e também não fui atendida.

“ Por falta de atendimento meu esposo faleceu. Eu pergunto: quantos pacientes renais terão que morrer para que os governantes tomem uma atitude?”, questionou. Na tribuna ela cobrou medidas urgentes, falou da sua dor, da indignação, da esperança de dias melhores, do temor pelo futuro do filho de apenas 8 anos e que já apresenta problemas renais. No relato comovente pediu aos vereadores a elaboração de um projeto de lei que garanta atendimento de urgência aos pacientes renais no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.

Em nome da Associação dos Pacientes Renais do Estado de Mato Grosso, ela disse que existem 5 clínicas para pacientes renais em Cuiabá e uma em Várzea Grande conveniada com o Sistema único de Saúde (SUS), mas não oferecem tratamento de emergência no período da madrugada.

Ela disse ainda que os transplantes pelo SUS estão suspensos, há dificuldades para conseguir
medicamentos e o único local que funciona 24horas não dispõe de atendimento para os pacientes.

Assessoria: Secom CâmaraCba/Roseli Cordeiro