Secretaria de Comunicação

O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador João Emanuel, PSD, concedeu coletiva à imprensa agora à tarde (13-05), oportunidade em que detalhou o atentado sofrido pelo Parlamento na noite desse domingo, 12, por volta das 23 horas, bem como as providências ultimadas pelo Legislativo para se chegar aos responsáveis pela tentativa de incendiar o imóvel com bombas caseiras, comumente conhecidas por "coquetel molotov".

"A Polícia realizou todos os levantamentos necessários. Vamos identificá-los, com certeza, e os criminosos terão que responder à Justiça pelos seus atos. Não foi uma atitude de puro vandalismo, mas tipicamente terrorista e bem calculada. Inclusive, a distância entre o pavio e o produto inflamável, de alta combustão, conforme observação feita por um perito. Algo preparado por quem entende realmente do assunto", frisou o dirigente parlamentar.

Como aconteceu - Segundo comunicado feito pelo vigilante Gilmar Rodrigues Nunes, que cumpria plantão na Câmara, domingo à noite, ele escutou um barulho estranho na lateral do prédio, por volta de 23 horas. Ao averiguar, comprovou que haviam arremessado garrafas contra as janelas dos gabinetes dos vereadores Ricardo Saad  (PSDB) e Toninho de Souza (PSD). As garrafas, com líquido inflamável, só não explodiram dentro do prédio em face da vedação natural da película do vidro das janelas, conforme apurações periciais de técnicos da Politec. Também foi constatado que essas garrafas continham gasolina e querosene, de alto poder de combustão e resistentes à água.

Emanuel disse que a Polícia acredita que os gabinetes não eram os alvos específicos, mas, sim, todo o prédio do Parlamento, que poderia ter se incendiado.  Inclusive, salientou, na avaliação dos peritos, existe a possibilidade de que esse atentado tenha sido obra do crime organizado. Já a possível identificação dos criminosos, via câmeras, foi dificultada pela exposição de orquidários que o Legislativo sedia na parte frontal. "Os toldos impediram visualizar a sequência da ação criminosa e seus integrantes", lamentou o presidente João Emanuel. Ele reafirmou que atitudes do tipo não intimidarão jamais o propósito de trabalho do Legislativo.

 

"O Parlamento Municipal é uma instituição pública, voltada para servir o povo cuiabano e o município. Essa atitude nos remonta ao período anarquista. Mas não nos intimida. A Câmara continuará firme no seu trabalho de representar o município e os interesses dos seus habitantes. Tanto que não alteramos datas nem horários das sessões ordinárias e itinerantes por causa disso, a exemplo dos trabalhos de hoje (sessão itinerante no Distrito da Guia, 19 horas) e amanhã, no Plenário das Deliberações, pela manhã".

Para garantir que as sessões ocorram com segurança e que outros atos de terrorismo não sejam direcionados ao Paço Moreira Cabral, João Emanuel adiantou ter solicitado audiência com o Comando Geral da PMMT, onde oficializará pedido para que a instituição designe um Corpo de Guarda permanente no prédio da Casa de Leis cuiabana.

"O importante é a independência de ação do Poder Legislativo, que não está intimidado com tais ataques, pelo contrário: sentimo-nos ainda mais motivados a trabalhar pelo povo quando somos pressionados para nos calar, para assumir atitude omissa diante de situações que afligem e envergonham a sociedade. A exemplo da exploração sexual de crianças e adolescentes no município, tema da sessão itinerante de hoje à noite, no Distrito da Guia. Se alguém agiu dessa forma para nos amedrontar, cometeu um erro grave. Qualquer atitude intimidativa servirá de combustível para irmos avante com nossas propostas de moralização nas coisas que acontecem de erradas e prejudicam setores sociais".

João Carlos Queiroz Secom/Câmara