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Mais de 1,2 mil pacientes aguardam por um órgão na Central de Transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso. Destes, 700 estão na fila à espera de um rim. Os dados foram apresentados aos vereadores de Cuiabá pela coordenadora Estadual de Transplante, Fátima Mello, em discurso na Tribuna Livre durante a sessão ordinária na Câmara Municipal de Cuiabá.

Na ocasião, Fátima aproveitou para divulgar a “IX Campanha Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos”, realizada este os dias 11 e 27 de setembro, e intitulada “Preserve a Vida. Seja um Doador de Órgãos”. Conforme a coordenadora, o Ministério da Saúde registrou queda no número de transplantes neste ano, fato que levou o Governo Federal a antecipar a semana de conscientização da doação de órgãos e tecidos. “O transplante é complicado, principalmente nos casos de morte encefálica devido ao sofrimento da família. Este ano tivemos uma queda brusca”, alertou.

Em Mato Grosso a mobilização teve início no último dia 11 de setembro, com a inauguração do Laboratório de Histocompatibilidade, que funciona em anexo ao Hospital Geral Universitário (HGU). “Este laboratório analisa todos os dados dos receptores que estão na fila de transplantes. Antes da doação, colhemos os dados dos doadores por meio da coleta de sangue. O laboratório analisa a compatibilidade desse doador e envia os dados para a Central de Transplantes”, explicou. O Ministério da Saúde dispõe de um sistema que seleciona os receptores em potencial, a partir dos critérios de compatibilidade, e aponta os 10 principais receptores em potencial. “A lista é enviada ao laboratório que, a partir dos dados colhidos de cada paciente, seleciona o receptor que possui menor possibilidade de rejeição”, apontou.

Atualmente Mato Grosso oferece, por meio do SUS, serviço de transplante de enxerto ósseo, renal e de córnea. A coordenadora Estadual de Transplante garantiu que em breve será possível fazer transplante de medula óssea. “A equipe já está montada, apenas aguardamos o credenciamento junto ao Ministério da Saúde”, afirmou. “A doação da medula óssea é simples, não traz malefícios e depois de 20 dias o doador já está apto a doar novamente porque a medula é regenerativa”, explicou. Contudo, segundo Fátima Mello, a chance de haver compatibilidade, neste caso, é de uma em cada mil.

O Laboratório de Histocompatibilidade de Mato Grosso foi construído a partir de uma parceria entre o Governo do Estado e o HGU. As políticas públicas implementadas nessa área têm retorno imediato, avaliou Fátima Mello, citando como exemplo o credenciamento do Banco de Olhos do Estado, em agosto de 2007, no Ministério da Saúde. “Em apenas 40 dias de funcionamento, conseguimos realizar 25 transplantes de córnea. A expectativa é encerrar a Campanha Nacional com 83 doações”, informou, ponderando que a lista de espera para este tipo de doação chega a mais de 400 pacientes. “É importante mobilizar e sensibilizar as pessoas para que elas entendam que sem doação não há transplantes. Doar é um ato de amor, de caridade”, frisou.

Cinco hospitais da Capital - entre públicos, privados e filantrópicos – já tiveram funcionários capacitados pelo Conselho Estadual de Transplante. Mais quatro devem estar aptos nos próximos dias. “Todos os hospitais com mais de 80 leitos têm que criar uma comissão de transplante, pois possui potencial e estrutura pra captar os órgãos”.

A Central de Transplantes de Mato Grosso está localizada na avenida Tenente Coronel Duarte, esquina com a Dom Bosco, em frente à rua 13 de junho. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones: (65) 3623-9004 / (65) 9981-4582 (24hs) / (65) 9983-5974 (Fátima Mello).

Assessoria: Secom CâmaraCbá