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14/05/2020
Servidor que inocentava Emanuel muda versão em CPI na Câmara de Cuiabá
Apesar de atestar em cartório, o servidor Valdecir Cardoso não confirmou que o dinheiro que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), aparece recebendo em vídeo gravado, foi para pagamento de dívidas do irmão do prefeito, Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó.

Segundo Valdecir, ele fez uma suposição de que o dinheiro recebido seria para tal pagamento, o que contraria o que ele havia atestado em cartório, onde afirmava a inocência de Emanuel.

A nova declaração foi dada durante oitiva nesta quinta-feira (13.05) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o prefeito Emanuel Pinheiro, flagrado recebendo suposta propina para que apoiasse os projetos do Executivo na época em que era deputado estadual.

Valdecir foi o responsável por auxiliar a enquadrar a câmera que flagrou o dinheiro. O vídeo foi gravado por Silvio Corrêa, então chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa. Os dois afirmaram à CPI que o dinheiro era de propina.

De acordo com Valdecir, ele fez a declaração em cartório na tentativa de se resguardar de eventuais acusações contra ele. O conteúdo da declaração, porém, foi uma dedução de que o dinheiro era para pagamento de dívidas referente a pesquisas eleitorais, em razão das constantes cobranças que recebia.

“Como Silvio já não falava com o Popó, era pra mim que ele fazia a cobrança. A ligação era para o celular do Silvio e eu atendia. Não me recordo de valores. Tinha valores, mas não sei dizer quanto eram”, disse.

Ainda segundo Valdecir, ele achou que era para pagamento de pesquisas, pois Emanuel chegou depois e entrou pela recepção, diferentemente dos outros deputados também flagrados recebendo o dinheiro de suposta propina e que foram acusados de receber "mensalinho". 

“Eu pensei que era sobre o dinheiro das pesquisas do Popó.  Eu ficava com o celular particular do Silvio. O Popó me cobrava todo dia. Quando Emanuel chegou, eu avisei o Silvio e ele disse ‘eu já vou resolver com Emanuel’, só assim. Aí quando era para Emanuel entrar, eu coloquei ele para dentro”, disse.

“Eu não posso afirmar (de que o dinheiro dado a Emanuel seria para pagamento de pesquisa). Eu fiz a declaração porque o Silvio falou que ia resolver com Emanuel já. Por isso fiz a declaração, para me resguardar, pois eu poderia ser envolvido, como muito envolvido em outros processos lá”, completou.

Questionado pelo presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (DEM), se já chegou a fazer declaração semelhante, para se resguardar de outra situação, Valdecir afirmou que essa foi a primeira vez e que fez sob orientação de seu filho.

“Eu fui lá fazer para me resguardar. Como fui envolvido em um processo da Sodoma, já me resguardei dessa vez. Fiz a declaração e deixei com meu filho. Não sei como foi parar na mão do prefeito, como foi parar lá”, disse.

“Perguntei para ele (o filho) e ele disse que não entregou para ninguém. Questionei, cheguei a brigar e ele não falou nada. Não imagino (como chegou às mãos do prefeito Emanuel Pinheiro)”, completou.

A declaração foi encontrada na casa de Emanuel Pinheiro pela Polícia Federal, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na Operação Malebolge. Em razão do envolvimento do filho de Valdecir, os membros da comissão decidiram que ele também deve ser convocado para depor.

Outras oitivas – Também deverão depor o irmão do prefeito, Marco Polo Pinheiro, além do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e do perito judicial Alexandre Perez. As datas ainda serão definidas.  

Ao todo, a CPI tem 120 dias para conclusão. O prazo de encerramento dos trabalhos pode ser prorrogado mediante a solicitação da comissão. Assim que elaborado um relatório final, o documento deverá ser colocado para aprovação do plenário da Câmara de Vereadores.

Karine Miranda | Assessoria Vereador Marcelo Bussiki



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